Arthur Ngai O sistema de ar-condicionado automotivo pode ser um importante aliado para tornar os veículos mais sustentáveis. Isso porque as emissões evaporativas de efeito estufa do fluido refrigerante podem ser dramaticamente reduzidas com o uso de substância de baixo impacto ambiental, algo ainda esquecido pela legislação brasileira, que recentemente regulou a evaporação de hidrocarbonetos (combustíveis).

Da mesma forma como geladeiras, aparelhos de ar-condicionado comerciais e industriais e câmaras frigoríficas, o sistema de climatização dos veículos usa um fluido refrigerante. O mais comum usado hoje na indústria automotiva nacional é o R-134a – um hidrofluorcarbono (HFC) desenvolvido após o Protocolo de Montreal, acordo ambiental que instituiu a eliminação gradual do uso dos clorofluorcarbonos (CFC) e hidroclorofluorcarbonos (HCFC), a fim de eliminar o impacto que a utilização dessas substâncias tem na degradação da camada de ozônio. Embora o R-134a seja um HFC, menos nocivo do que os CFCs e HCFCs, ele ainda possui alto GWP (Potencial de Aquecimento Global), contribuindo para o efeito estufa.

Há alguns anos, globalmente, a indústria automotiva se movimenta para diminuir esse impacto ambiental, mas no Brasil ainda não existe legislação que controle ou exija mudanças nesse sentido por parte dos fabricantes de veículos.

Em países da Europa, América do Norte e no Japão já existe obrigatoriedade de adoção de fluidos refrigerantes sustentáveis desenvolvidos para o uso em automóveis. Uma das alternativas é a hidrofluorolefina, ou HFO. O HFO-1234yf oferece alto desempenho de refrigeração para o ar-condicionado, tem baixa inflamabilidade e baixíssimo potencial de aquecimento global (GWP = 1). Foi considerado bastante seguro após testes realizados pela indústria.